Eneatipo 8: um breve resumo para ajudar na auto-observação

Identificado com o Ego:
O QUE QUER TER O CONTROLE
Agressivo, dominante, autoritário, reativo e vingativo
Breve descrição: Seu maior medo é que outros o prejudiquem, o controlem ou o dominem. Geralmente se protege atrás de um peito firme e vive na defensiva, reagindo de forma agressiva quando se sente ameaçado. Tende a intimidar através de seu olhar e de sua personalidade forte. Gosta de se encarregar das situações para não se submeter à vontade dos outros. Não suporta que digam o que ele tem que fazer e situações de injustiça o tira do sério. Para proteger sua vulnerabilidade, acredita que "a melhor defesa é um bom ataque".
Ferida de nascimento: Sensação de vulnerabilidade e falta de defesa.
Principais padrões de comportamento inconsciente do ego:
Gosta de se encarregar de situações para não se submeter ao controle de outras pessoas;
Esconde-se e se protege atrás de uma concha forte e dura. No entanto, tem um lado muito sensível e vulnerável, que mostra apenas as pessoas que o conquistam;
É muito direto, franco e honesto: geralmente intimida as pessoas ao seu redor;
Vive na defensiva por medo de ser prejudicado. É por isso que é tão hiper-reativo, mostrando sua fúria e raiva toda vez que se sente atacado por outros;
Suas explosões repentinas de raiva e agressividade às vezes fazem com que perca o controle de si mesmo. Não suporta ouvir o que ele tem que fazer;
Memórias da infância: Ter se sentido insignificante, frágil, vulnerável, desprotegidos, enganados, traídos, injustiçados...
Medo inconsciente: Ser ferido, controlado ou dominado. Cria uma couraça protetora onde esconde sua ternura, fraqueza e vulnerabilidade.
Visão limitada e distorcida do mundo:
“O mundo é um lugar conflituoso e injusto, onde só sobrevivem os fortes. Esforço-me para me proteger e proteger quem considero vulnerável.”
“Eu sou forte e mais poderoso do que as outras pessoas. Os outros não têm o poder de me limitar no que eu quero e faço”.
Vício emocional (paixão do ego): Luxúria. Excesso. Tende a uma satisfação excessiva dos instintos, sem experimentar qualquer sentimento de culpa. “Violenta” outra pessoa por prazer ou paixão – o outro pode ser usado como objeto, oprimido. Não respeita a vulnerabilidade do outro. Só tem sentimento de culpa quando acha que foi injusto ou falso.
Vício mental (fixação): Vingança e objetificação. A vingança, muitas vezes, pode vir disfarçada de indiferença. Parte para a retribuição e ainda acha que tem que fazer com as próprias mãos. Medo de que exista um complô contra ele, medo de que irão lhe dominar.
Mecanismo de defesa: Negação. Nega tudo o que não condiz com seu conceito de verdade e justiça. Nega e reprime as próprias fraquezas e os limites de seu poder. Nega que fala alto, que é impactante. Quando afetado por outros, pode negar os verdadeiros sentimentos, afastando-se.
Tentação: Justiça. Pode se intitular como o vingador ou o retribuidor, pois seu conceito de justiça é a “compensação”. Sente-se no direito e no dever de fazer justiça pelas próprias mãos.
Armadilha: Retribuição e vingança quando sente alguma injustiça fica querendo dar o troco.
Conectado com o Ser:
INOCÊNCIA
Poderoso, justo, líder, forte, terno e magnânimo
Qualidade essencial: Recuperando o contato com o Ser, entra em contato com sua qualidade essencial: a inocência.
Amorosos;
Gentis e ainda assim assertivos;
Conectados com o corpo, com energia de estar vivo;
Coração enorme gigante, cuidador, faz o que precisa ser feito. Um coração magnânimo e ao mesmo tempo gentil, sutil e doce;
O coração tem o que precisa para se manter aberto, tocável, pode chorar se está triste, é um coração afetável, que sente e vive: sem calcular se está seguro ou não;
Grande aprendizado de vida: Perdoar a si mesmo e perdoar os demais, soltando a culpa e o desejo de vingança.
Desafio psicológico: Como posso evitar que me façam mal se soltar a minha couraça e meu desejo de controlar?
Objetivo: Perceber que todos nós somos intrinsecamente inocentes e podemos naturalmente experienciar a verdade. Perceber que vulnerabilidade é uma qualidade da verdadeira força. Vai deixando de ser durão, fortão, excessivo, insensível, aquele que tenta forçar ou controlar a própria vida e vai se tornando mais suave, inocente (incapacidade de contra-atacar), receptivo (não reativo), vulnerável e enxergando o bem nas pessoas.
Em auto-observação você deve criar um espaço interno para perceber seus pensamentos, sentimentos e ações rotineiras. Preste atenção nas tendências de:
Sentir-se superior diante de todas as formas de autoridade: perceba como rejeita a voz da autoridade convencional e como rejeita limites. Quando você nega sua vulnerabilidade, acaba por alimentar a tendência a grandiosidade.
Perceba que tipos de coisa o deixam com raiva e porquê. Observe como exerce poder evitando sentir vulnerabilidade.
Perceba como seus pensamentos ficam focados no seu jeito de enxergar as coisas, no que você considera correto. Percebam como você esconde de si mesmo qualquer pensamento e sentimento sobre suas próprias vulnerabilidades.
Sempre que identificar um padrão, questione-se:
Por que isto habita de mim? De onde vem? Qual necessidade mais profunda estou tentando atender através de padrão? Agir/pensar/sentir assim me ajuda ou me atrapalha?
Quando houver uma tomada de consciência, experimente tomar novas atitudes e criar novas possibilidades.
OBS: O conteúdo aqui compilado é um resumo criado a partir das obras de Beatrice Chestnut, Borja Vilasceca, Domingos Cunha, Nicolai Cursino e Urâneo Paes, bem como de meus atendimentos e cursos. Meu profundo respeito e agradecimento a estes mestres que nos ensinam tanto.